
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgou o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), com o apoio da equipe do Ministério de Minas e Energia (MME). O estudo está em Consulta Pública no MME até o dia 18 de agosto, e seu objetivo é apresentar um cenário indicativo da evolução energética no país nos próximos dez anos.
O estudo indica que a Oferta Interna de Energia (OIE), necessária para movimentar a economia, atingirá 351 milhões tep (Mtep) em 2026, representando um crescimento médio de 2% ao ano. Estima-se que as fontes renováveis cheguem a 48% da matriz energética brasileira em 2026.
Energia limpa
A expansão de fontes renováveis para geração de eletricidade, aumento das medidas de eficiência energética, crescimento do uso de biocombustível são algumas das medidas incorporadas ao PDE 2026. Trata-se de um reforço no compromisso brasileiro de “promover seu crescimento econômico apoiado em uma matriz energética limpa, aderente à Política Nacional sobre Mudanças do Clima (PNMC)”, além de outros compromissos internacionais firmados pelo Brasil. De acordo com a EPE, a meta para o setor em termos de emissões de gases efeito estufa será atingida em 2020.
Infraestrutura
Para suprir a expansão necessária até 2026, os investimentos em infraestrutura energética devem chegar a R$1,4 trilhão. Cerca de 70% dos investimentos serão destinados a petróleo e gás. Os segmentos de geração e transmissão de energia ficarão com aproximadamente 25% do montante.
A capacidade instalada de geração do Sistema Interligado Nacional (SIN) prevista para 2026 é de 64 GW, e é previsto um acréscimo de 62 mil quilômetros de linhas de transmissão, além de um crescimento de 199 GVA em capacidade de transformação.
Novidades metodológicas
Para a elaboração do documento, foi utilizado um modelo matemático de decisão de investimento, para servir de apoio ao panorama de oferta e demanda de eletricidade. O PDE, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética, “reconhece a incerteza no exercício prospectivo”, mas sua abordagem é centrada no desenvolvimento de uma trajetória de referência e em um conjunto de análises de sensibilidade. Assim, a análise da evolução do setor leva em conta, também, as incertezas que o rondam. Na discussão do PDE com a sociedade, novas análises de sensibilidade podem ser realizadas e divulgadas na próxima edição. Para aumentar a interação com a sociedade, o documento implantou a utilização de quadros que ressaltem pontos importantes, para trazer a discussão e o livre pensamento para o Plano. Sua extensão foi diminuída, visando a objetividade sem comprometimento do conteúdo informacional.
O PDE 2026 pode ser acessado aqui. Contribuições para o aprimoramento da proposta devem ser enviadas até o dia 18 de agosto de 2017, no mesmo endereço.