
O bom desempenho de equipamentos utilizados no sistema de distribuição e medição de energia elétrica é vital para o setor e para o consumidor. Uma das maneiras de assegurá-lo está relacionada à qualidade dos testes feitos em laboratório. A norma ABNT NBR 16078:2012 (Ensaio de Confiabilidade – Vida acelerada por umidade e temperatura), exige, dentre outras coisas, o ensaio de vida acelerada, como forma de avaliar se o medidor chegará à vida útil média de 13 anos, conforme regulamentação da ANEEL.
“Realizamos ensaios de vida acelerada em componentes eletrônicos críticos, como LCD e capacitores, bem como no medidor completo. Tais ensaios trouxeram um grande ganho de robustez dos produtos e o consequente bom comportamento dos medidores em campo”, afirma Henrique Faria, coordenador de suporte técnico da Nansen. Faria ressalta que, como o Brasil é um país de dimensões continentais, que possui diferenças elevadas de temperatura e umidade em seu território, é fundamental esse tipo de ensaio para garantir a boa performance do produto. A empresa realiza os ensaios em estrutura própria e fornece equipamentos para concessionárias como Cemig, Light, Celesc, Copel e Grupo Neoenergia.
Qualidade assegurada
Uma maneira que as concessionárias utilizam para agilizar a compra de materiais e equipamentos, baixando custos, é o processo de qualidade assegurada. “Hoje, os fornecedores são monitorados pelas concessionárias. É esse monitoramento que permite reconhecer os melhores entre eles. Requisitos como índice de retorno de campo, tratamento de não-conformidades, índice de entregas no prazo são considerados”, pontua o engenheiro. Ele destaca as empresas com as quais a Nansen mantém esse tipo de relação: Cemig, Grupo CPFL e AES Eletropaulo.
A experiência com os atestados de qualidade assegurada tem sido positiva para a Nansen, demais fabricantes e para a própria distribuidora. “Conseguimos realizar o planejamento de produção e entrega de forma otimizada, garantindo que os prazos serão cumpridos em sua totalidade”, afirma Faria. Os índices de retorno de campo, afirma, permanecem baixos. “Temos um indicador estratégico que monitora o nível de retorno de campo dos medidores eletrônicos. A meta é de 1000 PPM, ou seja, 0,1% de retorno. Atualmente, estamos em 372 PPM e, portanto, 0,0372%, dentro da meta.”
Acreditação de laboratórios
Produzir um medidor de qualidade é um trabalho iniciado no desenvolvimento de produtos, a partir de boas práticas de engenharia e da experiência das equipes de desenvolvimento de produto e de qualidade. A acreditação de um laboratório, no Brasil, é feita por meio da norma ABNT NBR ISO IEC 17025:2005, do Inmetro, baseada em diretrizes estabelecidas pela International Laboratory Accreditation Cooperation (ILAC) e pelos códigos de BPL da Organization for Economic Cooperation and Development (OECD).
A acreditação pode ser concedida a laboratórios de calibração ou a laboratórios de ensaio permanentes, temporários ou móveis, que realizem serviços de calibração e/ou de ensaios em instalações próprias ou em campo.
O processo de acreditação é longo, e o Laboratório de Qualidade Nansen teve sua acreditação validada no início de 2016, depois de mais de um ano de iniciada a implantação da norma. A empresa já tinha um laboratório auditado pela Metrologia Legal do Inmetro e, para conseguir a acreditação, foi necessária a adoção de outras boas práticas de laboratórios, além da preparação e envio de novas documentações.
“Todos os fabricantes, reparadores e importadores de instrumentos regulamentados pela portaria 400/ 2013 do Inmetro são impactados pela norma 17025. Todos os instrumentos regulamentados pela portaria devem ter seus lotes inspecionados e ensaiados por um laboratório acreditado pela norma 17025”, afirma Marlon Sandro de Oliveira Castro, coordenador de qualidade da Nansen.
A vantagem de instrumentos fabricados e testados em laboratórios assegurados é sentida no bolso. “No caso de um medidor de energia, a robustez nas medições leva a um aumento de sua vida útil e resulta em redução de despesas tanto para a concessionária quanto para o consumidor”, acrescenta o coordenador.